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Glaucoma

         Glaucoma é uma neuropatia óptica, ou seja, uma doença que danifica o nervo óptico (responsável por comunicar o olho com o cérebro). É uma doença crônica, progressiva quando não tratada adequadamente, com perda característica de campo visual. 

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          É a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás da catarata. Contudo, a perda de visão por catarata é reversível, recuperando a visão após a extração da catarata (facectomia com implante de lente intraocular). 

         O glaucoma não tem cura, porém o diagnóstico precoce e o tratamento correto podem prevenir a perda da visão. 

          Estima-se que aproximadamente 80 milhões de pessoas tenham glaucoma no mundo, sendo que grande parte delas desconhece o diagnóstico. Isso ocorre  porque o glaucoma costuma ser uma doença silenciosa nas fases iniciais, assintomática. Poucos casos de glaucoma costumam dar sintomas, que podem se confundir com outras queixas oculares rotineiras e serem menosprezadas. 

         Se o glaucoma não for diagnosticado precocemente e tratado de forma correta, ocorre perda da visão progressiva até evoluir para cegueira total.

         O exame oftalmológico preventivo e periódico é indicado para todas pessoas, principalmente para aquelas com fatores de risco para glaucoma. Em caso de diagnóstico da doença ou suspeita de glaucoma, uma avaliação com especialista de glaucoma pode ser recomendada para esclarecer dúvidas, elucidar o diagnóstico e aconselhar melhor forma de acompanhamento e/ou tratamento.

O que é glaucoma?
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       A imagem mostra exames de retinografia e de campo visual de uma paciente do meu consultório, que ficou sem tratamento durante alguns meses, por motivos pessoais.
   Em um intervalo de 2 anos e meio, a escavação do nervo óptico aumentou significativamente (seta preta), gerando defeito do campo visual (assinalado em vermelho).
    Tanto a lesão no nervo óptico, quanto no campo visual, são  irreversíveis. 

Percepção da doença!

        Glaucoma é uma doença sem sintomas na grande maioria dos casos, sendo conhecida como “ladrão silencioso da visão”.

Até uma fase moderada da doença, o paciente não costuma notar alteração alguma nos olho e na visão. Não tem dor, coceira, vermelhidão e nem piora da acuidade visual.

        Com a progressão da lesão no nervo óptico, pode ser notado um borramento da visão ou perda de visão periférica. Nesse momento, já há disfunção visual e o diagnóstico já deixou de ser precoce. A doença já está se encaminhando para sua fase avançada.

        Por isso, é fundamental o exame oftalmológico de rotina anual, principalmente após os 40 anos de idade, com avaliação da pressão intraocular e exame do nervo óptico.

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Fotografias em ordem cronológica, mostrando aumento da escavação do nervo óptico.

Fatores de risco para glaucoma

Fatores de risco para glaucoma

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Pressão intraocular elevada

É o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença e o único que pode ser modificado.

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Histórico familiar

Pessoas com histórico de glaucoma na família tem maior risco de desenvolver a doença.

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Idade

Pacientes acima dos 40 anos de idade têm maior chance de desenvolver a o glaucoma. A doença prevalece nos idosos.

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Medicamentos

O uso prolongado de medicamentos à base de corticosteróides aumenta o risco de desenvolver a doença.

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Doenças oculares

Tumores, descolamento de retina, trauma ocular e inflamações (uveítes) podem aumentar a PIO e causar glaucoma do tipo secundário.

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Etnia

Pessoas da raça negra apresentam maior chance de desenvolver glaucoma primário  de ângulo aberto, enquanto nos asiáticos prevalece o glaucoma de ângulo fechado.

Você sabia?

Glaucoma não é aumento da pressão dos olhos.

É possível ter glaucoma mesmo com a pressão ocular dentro da faixa considerada normal (entre 10 e 21mmHg). É chamado de Glaucoma de Pressão Normal ou Glaucoma de Pressão Baixa.

Uma pessoa pode ter pressão ocular acima de 21mmHg e não desenvolver glaucoma. É o caso chamado de Hipertensão Ocular.

Glaucoma costuma ser bilateral, mas pode ocorrer em um olho apenas.

Tipos de glaucoma
É possível prevenir o glaucoma?

     É possível evitar a cegueira por glaucoma! Uma vez diagnosticado o glaucoma, inicia-se tratamento para reduzir a pressão intraocular e impedir a progressão da doença.

    O glaucoma não tem cura e não há como prevenir de se ter a doença. É uma doença complexa e multifatorial, sendo o nervo óptico a estrutura danificada. Porém, a perda da visão causada pelo glaucoma pode ser prevenida

     Dessa forma, é fundamental que sejam promovidas campanhas que divulguem explicação sobre o glaucoma para população, permitindo seu diagnóstico precoce, especialmente entre os grupos de risco, oferecendo acesso ao tratamento adequado e impedindo que a doença evolua causando  perda da visão.

     Instituições médicas e diversas sociedades de glaucoma ao redor do mundo se uniram para divulgar a doença nos últimos anos, sugerindo exame oftalmológico preventivo, a fim de evitar a cegueira por glaucoma. 

     Durante 1 semana do mês de março, a World Glaucoma Association (WGA) promove a World Glaucoma Week (Semana mundial do glaucoma), uma campanha mundial de conscientização sobre a doença, convocando oftalmologistas a divulgarem o problema, orientando a população a procurar exame preventivo, principalmente aqueles que apresentam fatores de risco para glaucoma.

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     No mapa acima, locais que fizeram ações educativas e sociais durante a Semana Mundial do Glaucoma em 2021, encabeçada pela World Glaucoma Association (WGA).
     No Brasil, a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) também promove ações nesse sentido. O dia 26 de maio foi escolhido como o "Dia Nacional de Combate ao Glaucoma”, contando com ajuda de artistas e atletas para divulgar informação sobre a doença e a importância do diagnostico precoce.
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Tipos de Glaucoma

        Podemos dizer que a doença glaucoma apresenta algumas variações ou classificações:

        Existe glaucoma primário e glaucoma secundário. O primeiro tipo se refere aos casos sem nenhum fator causador previamente determinado, sendo comum em pacientes idosos e com antecedente familiar da doença. Já no glaucoma secundário, identificamos algum evento que possa ter causado alteração na pressão intraocular (PIO) e gerado dano ao nervo óptico.

        Há também a diferenciação entre glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado. Ângulo se refere a uma região anatômica do olho (seio camerular), local no qual ocorre a drenagem do humor aquoso, líquido que preenche a porção anterior do globo ocular e determina a pressão do olho. 

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Figura acima mostra diferença na anatomia (formato) da porção anterior do globo ocular, por onde circula o humor aquoso. Ao lado esquerdo, imagem de um ângulo aberto, com amplo espaço entre a córnea e a íris. Já no lado direito da figura, ângulo fechado, com a íris bem próxima à córnea, o que bloqueia a malha trabecular, estrutura responsável por drenar o humor aquoso.

Imagem retirada do trabalho Genetics of glaucoma, publicado na revista Human Molecular Genetics, pela Dra. Janey L. Wiggs e Dr. Louis R. Pasquale em 2017.

Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA)

  Forma mais comum de glaucoma, com aproximadamente 53 milhões de pessoas com GPAA no mundo.

    Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em idosos. Não costuma apresentar sintomas nas fases iniciais, causando perda da visão se não tratado em tempo.

     O aumento da PIO ocorre por obstrução da malha trabecular, que deixa de drenar o humor aquoso para fora do olho. A abertura da malha trabecular é ampla, porém ocorre aumento da resistência à passagem do humor aquoso.

Glaucoma Primário de Ângulo Fechado (GPAF)

      Forma menos comum da doença, com aproximadamente 24 milhões de pessoas no mundo.

  Idade avançada, descendência asiática e sexo feminino são alguns fatores predisponentes para desenvolvimento de GPAF. Pode haver alguns sintomas, como pontadas nos olhos, visão borrada ocasionalmente, halos coloridos ao redor de luzes, olho vermelho e dor leve.

     Nessa tipo de glaucoma, a malha trabecular se encontra obstruída, não sendo acessível ao humor aquoso. A íris periférica se encontra muito próxima à córnea, bloqueando o ângulo de drenagem.

    Alguns pacientes podem apresentar fechamento angular primário agudo, ou "crise de glaucoma agudo". Situação em que ocorre toque da borda pupilar com o cristalino (bloqueio pupilar), represando o humor aquoso atrás da íris e fechando totalmente o ângulo de drenagem. Isso causa um aumento súbito da pressão intra ocular (PIO), geralmente entre 40-50mmHg. O paciente apresenta dor ocular intensa, associada a cefaléia (dor de cabeça) e vômito, olho vermelho e visão muito borrada devido ao edema (inchaço) de córnea.

    É uma situação de emergência oftalmológica, necessitando de atendimento o mais rápido possível. Trata-se com uso de colírios, medicação oral e endovenosa, e assim que melhorar o quadro clínico e se conseguir redução PIO, é mandatório a realização de procedimento com laser YAG iridotomia para quebrar o mecanismo de bloqueio pupilar.

 

 

 

 

     Quando falamos em quantidade de pessoas acima de 40 anos de idade com glaucoma, a prevalência e gravidade do glaucoma de ângulo aberto versus ângulo fechado mostram números assustadores. Existem muito mais casos de GPAA (53 milhões) no mundo do que casos de GPAF (24 milhões). A Ásia concentra a maior parte dos casos de GPAF, com aproximadamente 77% deles.

     Em relação ao potencial de causar cegueira, temos a estimativa de que atualmente existam 5,9 milhões de pessoas cegas bilateralmente com GPAA e 5,3 milhões de cegos com GPAF (cegueira causada por GPAF quase igual ao de GPAA). Considerando que o GPAA (68%) é muito mais prevalente do que o GPAF (32%), isso significa que o GPAF apresenta um risco médio 3x maior de causar cegueira do que o GPAA.

     O que há em comum entre os vários tipos de glaucoma é a lesão causada no nervo óptico e a forma de tratamento, que consiste em reduzir a pressão intraocular, de formas variadas, conforme cada caso.

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Imagem do site glaucomapatients.org

Comparando GPAA com GPAF

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