Glaucoma
Tratamento do glaucoma
Tratamento Clínico medicamentoso
Uma vez confirmado o diagnóstico de glaucoma, deve-se iniciar o tratamento para evitar a perda progressiva da visão. Inicialmente, usa-se colírios antiglaucomatosos e/ou laser. Lembrar que qualquer forma de tratamento para glaucoma não irá recuperar a visão perdida, tendo como objetivo a redução da pressão intraocular (PIO) para preservar a visão residual.
Em relação aos colírios, existem 5 classes de medicações para reduzir a PIO: betabloqueador, prostaglandina, alfa-agonista, inibidor de anidrase carbônica e miótico. Cada uma apresenta uma porcentagem de redução da PIO, assim como efeitos colaterais locais e sistêmicos.
Geralmente, precisamos utilizar mais de uma classe terapêutica para conseguir atingir a PIO desejada. Porém, quanto maior a quantidade de frascos de colírios, mais efeitos colaterais o paciente pode apresentar, além de favorecer o esquecimento do uso ou dificuldade de instilação de múltiplos colírios.
Em algumas situações específicas ou em casos mais avançados, pode ser necessário o uso de comprimidos ou medicação endovenosa.
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Tratamento com laser
Há alguns tipos de tratamento com laser no glaucoma.
Alguns realizados ambulatorialmente, ou seja, em salas de consultório com anestesia de colírio, e outros em centro cirúrgico com anestesia local (bloqueio peribulbar rotineiramente).
Irei listar nesse tópico os tipos de laser realizados ambulatorialmente, reservando os lasers de centro cirúrgico para a sessão de tratamento cirúrgico.
Podemos citar aqui a trabeculoplastia tradicional (ALT) ou seletiva (SLT), utilizada em casos de glaucoma de ângulo aberto, de preferência em casos não avançados, com objetivo de reduzir a PIO em aproximadamente 20-30%.
Outro laser é o YAG iridotomia (ou iridectomia a laser), utilizado para evitar ou tratar o bloqueio pupilar. Realizado em casos de glaucoma primário de ângulo fechado (GPAF), em ângulo oclusível ou em crise de glaucoma agudo.
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Imagem acima mostrando iridotomia com YAG laser, que comunica a parte posterior da íris com a câmara anterior.
Por último, um procedimento menos realizado é a gonioplastia ou iridoplastia. Consiste na aplicação de laser de argônio na periferia da íris, com intuito de alargar a amplitude do ângulo de drenagem, sendo indicado em casos de síndrome de Íris em Plateau ou GPAF.
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Imagem retirada do trabalho "Argon laser peripheral iridoplasty (ALPI): an update", publicado na revista Surv Ophthalmol 2007.
Cirurgias Tradicionais
Ciclofotocoagulação Transescleral
Esse procedimento é realizado em centro cirúrgico ou até ambulatorialmente, sob anestesia local.
Através de uma sonda que faz contato com o globo ocular, aplica-se o laser através da esclera, causando coagulação do corpo ciliar e consequente redução da PIO.
O procedimento leva poucos minutos e o resultado costuma ser observado algumas semanas após o tratamento. Geralmente, ocorre inflamação em graus variados, sendo necessário medicação analgésica e anti-inflamatória.
Como qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos, que às vezes podem causar complicações irreversíveis.
Vision
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Trabeculectomia
A trabeculectomia é a cirurgia padrão antiglaucomatosa, utilizada como primeira opção cirúrgica na maioria dos casos em que não se obtém o controle da PIO com medicação.
Através de uma fístula (orifício) feita na porção superior do olho, obtêm-se uma via alternativa de drenagem do humor aquoso para região extra ocular, possibilitando sua absorção pelos vasos sanguíneos e linfáticos.
Implante de tubos valvulares (Ahmed)
Cirurgia que ganhou muita popularidade nas duas últimas décadas, principalmente após resultados de estudos científicos feitos por alguns hospitais e universidades do mundo. Sua indicação é bem definida em alguns casos específicos de glaucoma, sendo o tubo posicionado de forma a comunicar a parte interna do olho com uma região extra ocular.
Endociclofotocoagulação
(ECP)
Nessa cirurgia, é realizada a destruição do corpo ciliar (estrutura responsável pela produção do humor aquoso) utilizando um laser acoplado a uma fonte luminosa e endoscópio.
Com visualização direta, aplica-se o laser sobre o corpo ciliar. Esse tratamento é irreversível, pois a estrutura fotocoagulada deixa de produzir humor aquoso, desse modo reduzindo a pressão intraocular. Não é fácil equilibrar eficácia com segurança, pois quantidade excessiva de laser pode levar a trofia do globo ocular.